sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Mudanças Desportivas

O nosso A. está quase a fazer 11 anos.
Aos 3 anos de idade começou a praticar karaté, actividade extra que existia no colégio que frequentava. Durante os 2 anos que frequentou o colégio praticou a modalidade sempre com muito empenho e entusiasmo.

Com 5 anos entrou para a 1ªclasse e mudou de estabelecimento escolar. Umas das coisas que nos pediu logo foi se podia continuar a ter aulas de karaté. Tentámos que continuasse com o mesmo Mestre mas não possível.
Aos 6 anos entrou no dojo do Clube Recreativo da Cruz de Pau e conheceu o Sensei Lemos! Rapidamente se adaptou a um novo estilo de karaté, nesta caso o Shotokan. O empenho do A. foi notório e os resultados foram aparecendo. O Mestre reconheceu nele a postura necessária e o A. começou a ir a competições. Foi um percurso fantástico, com muito esforço e empenho, que lhe deu muitas vitórias individuais e algumas de equipa. Em 2014 foi campeão mundial...um feito que nunca mais irá esquecer...e nós também não. Ouvir o nome do nosso filho, vê-lo a subir ao pódio e ouvir o Hino de Portugal...é arrepiante!
Depois deste excelente percurso, tivemos mudanças na nossa vida, o A. mudou de escola e com esta mudança foi necessário mudar de Dojo. Iniciou então o percurso de karateca no Dojo do Clube Atlético do Montijo com o Mestre Sarreira. Neste Dojo não havia muito a vertente competitiva e o A. começou a perder algum interesse. Continuou o seu percurso, participou em algumas competições e obteve excelentes resultados. Aos 10 anos já era cinto vermelho.

Durante todo este percurso o nosso A. sempre gostou de outros desportos. É uma criança que diz que quando for grande quer ir trabalhar para a Decathlon...tirem as vossas conclusões :).
O futebol sempre foi um desporto presente, na escola, nas brincadeiras de rua...e em determinada altura, quase todos os amigos frequentavam um clube de futebol.
Durante anos (anos mesmo) pediu vezes sem conta que o colocássemos no futebol...sempre recusámos pois, para nós, o karaté dava-lhe outros conteúdos...diferentes do futebol.
Mas também é verdade que sentíamos que lhe fazia falta uma actividade mais colectiva. Ainda tentámos os escuteiros...tivemos a inscrição nas mãos...mas não quis.
Quem educa deve orientar, explicar, deve tentar direccionar para o caminho que acha mais certo...e ás vezes é necessário saber ouvir a criança e as suas motivações...e basicamente, deixá-lo escolher.

Depois de muita ponderação da nossa parte, depois de reconhecermos que uma actividade colectiva poderia ser um motor de motivação para outras vertentes na vida dele...cedemos e decidimos que o iríamos deixar inscrever no futebol.
Conversei muito com uma mãe cujo o filho era colega de escola do A. e estava num clube de futebol.

Dar a notícia
Estávamos no período de férias, existia a possibilidade de fazer um treino para experimentar e lá decidimos contar-lhe :).
Numa 6f, saímos os 3 e fomos jantar a um restaurante diferente.
A meio da refeição dissemos que precisávamos de conversar com ele, que tínhamos pensado muito e tínhamos decidido que o iríamos deixar ir para o futebol.
Ficou parado, sem reacção. Depois levou as mãos à cara e perguntou se estávamos mesmo a falar a sério. Ficou super nervoso, foi várias vezes à casa de banho :), mas no final tinha um sorriso de orelha a orelha!
Frisámos que teria um treino experimental e depois poderia decidir.
E é claro que adorou e disse logo que queria inscrever-se!
Decisão tomada e regras estabelecidas. A escola era a prioridade e se os resultados escolares não fossem os previstos, o futebol teria consequências.
Foi também estabelecido que iria fazer o ano completo 2018/2019. Sim, não iríamos admitir situações do "já não quero, agora quero ir para..."
  


O Clube
Moramos no Montijo, o A. cresceu aqui e é claro que a escolha foi o Clube Olímpico do Montijo.
Neste clube joga um dos amigos do A., estamos relativamente perto de casa e o campo tem boas condições.


A posição de jogo
O ano futebolista lá começou, e o A. ficou na posição de avançado e ia a todos os treinos super entusiasmado.
Começou a ser convocado para jogos de treino e rapidamente percebemos que ainda tinha muito para aprender.
O A. sempre disse que gostava de ser guarda redes (posição ingrata) mas, explicámos que teria que ser o treinador a decidir isso.
A verdade é que o A. como avançado quase que fugia da bola...e como guarda redes lança-se à bola sem medo.
Mudança de posição definida e aceite por ele!


Gastos
Os gastos com o futebol são bem diferentes do que na modalidade de karaté.
A mensalidade, o kit obrigatório, as luvas e mais umas peças necessárias à protecção de quem é guarda redes...
Mas uma vez feita a decisão, esforços tem de ser feitos para concretizar o objectivo, certo?

Equipa técnica e a claque :)
Por aquilo que fomos conseguido apurar, a equipa técnica mudou, o Mister (ainda me estou a habituar a isto :)) nunca esteve com esta equipa e estão todos em fase de se conhecerem e avaliar as capacidades de cada um. Para já, só temos a agradecer pela forma como o nosso filho foi recebido e por todas as ajudas pessoais e técnicas que lhe tem proporcionado.
A claque...quando falei a algumas pessoas que o A. iria para o futebol, vieram logo uns a avisar que alguns pais levavam a coisa muito a sério, que iríamos ver pais a passarem com os jogos e as atitudes...Ora bem, para já tudo tranquilo. Acho que viemos parar a um grupo coeso, tranquilo, onde o que queremos é ver os nossos filhos felizes, a praticar desporto e criar laços de amizade.
É claro que ás vezes alguns de nós se excedem a ver jogos, ou  não concordaram com algumas decisões de arbitragem... mas isso faz parte de qualquer pessoa que goste de futebol!


E foi assim, que passámos de kata, kumité e tamanis para fora de jogo e penaltis.
Que seja um ano cheio de sucessos, pessoais e desportivos.

Às vezes temos que deixar os nossos filhos realizar sonhos...

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